segunda-feira, 22 de setembro de 2008

ESPELHO VELHO





A imagem que vemos no espelho não é apenas a estampa exterior de nós mesmos que enxergamos, aquela que primeiro nos apresenta. Ela guarda marcas e impressões deixadas pelo tempo, sem as quais não seríamos o que somos hoje. Cada um de nós é um amontoado de lembranças,um quebra-cabeças cujas peças são as experiências vividas refletidas em nosso comportamento e imagem de agora.

De igual maneira, nosso país guarda na memória nacional os aspectos do passado, e estes constituem a cultura de que hoje fazemos parte, e nos influencia dia-a-dia à medida em que construímos nosso futuro.

A colonização de exploração a que este território foi submetido, e as marcas da corrupção imperial ainda se fazem presentes em nosso cenário, influenciando e muitas vezes determinando as escolhas que fazemos hoje, quando elegemos nossos dirigentes e decidimos os rumos políticos do país. Mais do que isto, esta cultura se reflete no cotidiano, nas pequenas decisões que tomamos em nossa vida, as quais, somadas, formam o ideário nacional.

A inconsciência coletiva nos faz caminhar como um rebanho sem pastor, fácil de ser manipulado e levado em qualquer direção. Assim, nosso futuro vai sendo traçado pelas mãos de outros. O despertar da consciência tem suas raízes na educação. É através dela que passamos a ter condições de analisar o passado e medir sua influência no presente, podendo assim projetar um futuro onde o peso do determinismo cultural seja sentido apenas até onde decidirmos permitir.

As marcas do passado que todos nós carregamos, seja individual ou coletivamente, só podem ser modificadas e abandonadas depois que nos conscientizamos da existência delas. Do contrário, o futuro será apenas uma reprodução incessante do passado, com maquiagem nova. Conhecer nossa História de corrupção, e sua influência em nossa cultura são condições primordiais para que a mesma não se repita.

Su

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