terça-feira, 7 de outubro de 2008

"AS CARTAS QUE NÃO MANDEI"


Esta é uma carta escrita por minha mãe no período em que residia em Campo Grande, MS, e encontrada pelo meu irmão mais velho logo após o seu falecimento, em junho de 2000, num acervo particular feito por ela, chamado "As Cartas que Não Mandei". Tesouros de família...não têm preço...




Querida Volta Redonda
“Cidade do Aço”, cidade bonita, cidade de todos, cidade minha. Eu amo você. Nas tuas ruas eu cresci (mas não muito), debaixo do teu céu eu fui feliz, entre tuas montanhas eu vivi protegida quase toda minha vida e sou muito grata por isso. Vivo na esperança de um dia poder voltar a ti, porque aí é o meu lugar. Sinto uma saudade danada de voce!
Quero que me perdoe por ter te deixado um dia e que saiba que nunca te esqueci.
Terra dos sonhos... gente chegando de todo lugar, inclusive meu pai que chegou em 1958. Cada um trazia consigo o coração cheio de esperança e você nunca decepcionou ninguém. Todos conseguiram prosperar – uns muito, outros pouco; mas todos melhoraram suas vidas. Povo forte como o aço que destila dos seus alto-fornos; povo quente, alegre e corajoso.
Alguns reclamam, murmuram, falam mal, mas permanecem aí. Ir para onde se aí é o melhor lugar do mundo? Os poucos que saem um dia com certeza voltam ou então se lamentam de saudades pelo resto da vida. Não é o meu caso, porque certamente voltarei. Voltarei porque te amo.

Cacilda
*Ela voltou. E seis meses de luta depois, faleceu, onde queria ficar para sempre. Ainda bem que Deus conhece até mesmo as cartas que não conseguimos mandar....

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